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sexta-feira, 9 de março de 2012

Oração ao amor


Afasta de mim este cálice
Veneno que embriaga os sentidos
E faz falecer aos poucos

Ponha-me longe de ti
Faça de mim aço impenetrável
Dessa insanidade dos loucos

Afaste-se de mim cupido
Sou pedra e você é água
Você me destrói aos poucos

Mas se vieste a mim
Não dê asas a quem não pode voar

E quando ao inicio por um fim
Faça o tempo depressa passar

E quando secar o veneno do cálice
Que afaste de mim as lembranças passadas
Das loucuras da embriaguez de amar


quinta-feira, 8 de março de 2012

Mulher


Tens o poder de cegar os homens
És dona dos mistérios da sedução
Entendê-las é oficio pra poucos
É mistério que intriga a razão

A sensibilidade vistas aos olhos
Se confundem com o desejo de amar
Tem ao ventre o dom da vida
Mas também é capaz de matar

Esculpida pelas mãos de Deus
É a mais bela obra prima
Um corpo que cega aos olhos
E um lindo sorriso de menina

terça-feira, 6 de março de 2012

Redundâncias


Sentimentos opostos abrigam-se em mim
A dor da existência e da imperfeição
A dor de magoar infinitamente sem fim
Movidos pela redundância da certeza absoluta

Queria que se abrisse uma cratera ao chão
Para em mais uma tentativa vão
Tentar esconder-me de mim

Perdido em labirintos sem luz
Em tropeços que me fere em infinita dor
Movido pelos sons que a audição me conduz
Me distancio cada vez mais do amor 

Me torturo pela eterna imperfeição
Vivendo entre a razão e a emoção
Sou apenas mais um que vive assim

sábado, 3 de março de 2012

Reflexos da humanidade



O presente se desfez do passado e o futuro quase não existe mais
Versos escritos por poetas loucos, inspirados pela overdose de tempos atrás
Profetizam o fim que já chegou

Crianças corrompidas pela infância que passou rápido demais
Brincam de amar, embriagadas por alegrias passageiras
Vendem-se por momentos fúteis como se fosse brincadeira
E fazem do sopro de vida que recebestes
Algo desimportante demais

A podridão da carne antes da decomposição se fizestes
Corrompidos pelo brilho do ouro de sua ambição
E o reflexo de uma humanidade doente
São vistos em esgotos que surgem do chão