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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Aborto



Em libido o feto ao ventre foi formado
Aos prazeres da carne fostes consumado
Gozando aos prazeres mundanos fostes gerado
Em delírios insanos de não se ter amor

Embriagados pelo desejo de não teres desejado
O divino pra eles agora é a fonte do pecado
Crime passional altamente qualificado
Matar a vida que ao ventre se gerou


domingo, 15 de janeiro de 2012

O casamento de Lampião e Maria Bonita


Narrador:
Presta atenção minha gente
Na história que vou contar
Essa história é verdadeira
Acredite no que eu vou falar
Que Virgulino Lampião
O homem mais brabo do Sertão
Foi pra igreja se casar

Foi um ribuliço retado
No casório de Lampião
A policia fugiu da cidade
Com medo do rei do Sertão
E assim todo mundo acredita
Que Lampião e Maria bonita
 São Romeu e Julieta do Sertão

Lampião e seu bando chegando na igreja de Serra Talhada, ele derruba a porta e diz:

Lampião:
O que foi seu padre
Deixe de tanta admiração
Bota a batina pra trabalhar
E vamo fazer a celebração
Não venha me apurrinhar
Tô azedo pra danar
Tô doido pra furar um de facão

O padre tremendo com medo, diz:

Padre:
Sou apenas um servo de Deus
Que busca sempre o amor
Tenho mesmo que obedecer
Homem santo que nem o senhor
Pode dizer o que deseja
Vejo que é grande sua nobreza
Mas largue o facão por favor

Lampião:
Não se apurrente seu padre
Nem fique assim encabulado
Não vim aqui te matar
Quero voltar daqui casado
Pare logo de tremer
Vou deixar você viver
Matar padre dá um azar danado

Maria Bonita:
Se acalme meu amor
Você é a razão de meu viver
Por você entrei no cangaço
E nunca vou me arrepender
Você é a razão de minha vida
Por você virei Maria Bonita
Quero casar com você

Você pode não ser um príncipe
Mas tem todo meu coração
E sei que não sou princesa
E não sigo nenhuma religião
Mas com você vou me casar
E assim ei de me tornar
A rainha desse sertão

Lampião:
Se avexe logo seu padre
Que não tenho muito tempo
Vamos logo começar
Avexe logo esse casamento
Ela é o meu chamego
Nela eu encontro sossego
Essa muié acaba meu tormento

Padre:
Você Virgulino Lampião
Aceita Maria Bonita como esposa
Até que venha a morte
E lhe tome ela a força
Prometa a ela respeitar
E com ela sempre ficar
Bote a aliança na moça

Prometa ser sempre fiel
Faça ela sua esposa capitão
E faça de sua eterna morada
O extenso e belo sertão
Não deixe a ela nada faltar
Faça da terra o seu lugar
E de refugio o seu coração

Lampião:
Prometo qualquer coisa
Faço qualquer ribuliço
E vou proteger dos macacos
Na hora que chegar o perigo
E se isso eu num fizer
Padre se tu assim quiser
Pode até me jogar castigo

Padre:
Quem sou eu meu filho
Sou apenas um pobre cristão
Não tenho esse poder
Só quero a sua salvação
Deixe a vida do cangaço
Se arrependa de seus pecados
Que Deus dará o teu perdão

Lampião:
Deixe de liberdade seu padre
Toque esse casamento pra frente
Não venha com conversa mole
Não quero que me apurrente
O cangaço é minha vida
Sigo o que é minha sina
Sou cabra muito valente

Não tiveram pena de mim
Aqueles macaco safado
Mataram mãe e pai
E isso tem que ser vingado
Não quero me arrepender
E em paz eu vou morrer
Quando eu tiver vingado


Padre:
Desculpa senhor capitão
Não quis te ofender
Perdoe esse pobre cristão
Que não sabe o que dizer
Não vou mais incomodar
 Quem sou eu pra teimar
Quem sabe de sua vida é você

Vamos dar prosseguimento
A essa santa celebração
Vamos celebrar o amor
Que reina no coração
Pra Lampião em sua vida
Só amar Maria Bonita
Sem que haja traição

Prometa Maria Bonita
A só amar Virgulino Lampião
Mesmo na saúde ou na doença
Dar a ele todo seu coração
Vocês que vieram do pó
Pra tornarem uma carne só       
Assim como Eva e Adão

Maria Bonita:
Te prometo Lampião
No cangaço te acompanhar
A você sempre ser fiel
E ao seu lado sempre lutar
Desafiar a morte todo dia
Só você é minha alegria
Pra sempre irei te amar

Seja na paz ou na guerra
Sei que seguirei seu passo
Se estou longe de você
Do coração falta um pedaço
No meio da caatinga viverei
Pra estar ao lado de meu rei
Serei a rainha do cangaço

Padre:
E assim estão casados
Dou a benção da igreja
Agora pode expor o brilho
De sua jóia sertaneja
Só a morte pode separar
O que Deus fez juntar
Disso podem ter certeza

Lampião:
Agora que já to casado
Tenho é que comemorar
Vamo começar o rala bucho
Bote o forró pra nós dançar
Balance seu vestido de chita
Vamo homenagiar Maria Bonita
Bota o rei do baião pra tocar




A arte das palavras

A poesia é a essência de minh'alma !
E as palavras refletem em mim a ânsia de amar
Corro pra encontrar quem não vejo chegar
E os versos declamados no silêncio do nada
Trazem a paz pra dentro de mim

Finjo o que nem sei se realmente sinto
Rabisco o que vem à mente e minto
Toda emoção que habita dentro de mim

A palavra é minha confidente leal
Deixo marcadas através delas meu desencanto
Ela o lenço que enxuga meu falso pranto
É a metáfora que afasta do mundo real




sábado, 14 de janeiro de 2012

Paixão de Cristo

Jorra-te o sangue em infinitiva maudade
Pregados em teus punhos em que a ferida se abre
Em pregos e espinhos foi feita tua coroação

Da-se o perdão pelas feridas que cobre tua carne
Na cruz que teus membros de clamor se abre
Pedes aos teus cruéis assassinos o perdão

Falecer-se sagrado corpus cristos
Pelo perdão de quem te renegastes na cruz
Não germinarás amor no mundo igual Jesus
Que te amaste mesmo depois da traição

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Fim dos tempos

O mundo está de pernas pro ar
Em explicitas posições de sexualidade
E o ridículo virou normalidade
Ridicularizado é, quem não se ridicularizar
E o amor próprio deixou de ser vontade

Reina maldade em vida terrena
Difícil acreditar na alma humana
As catástrofes da ultima semana
Não causam sinais de pena
E o fogo serás tua sentença branda

A sagrada escrita é teu pão
Alimenta-te de conforto a alma
Traz ao amargurado a calma
O que lhe falta ao pobre coração
E da-lhe salvação a alma

Foi anunciado seu fim
Há quem ainda possa duvidar
Mas o que basta é só olhar
Que a profecia está a se cumprir
Que esse mundo logo acabará

O mundo tem prazeres a oferecer
Prazeres de momentos vão
Mas só os que são verdadeiros cristãos
Eternamente irão viver
E os demais no fogo padecerão

Ilhado

Sinto o frio do vento soprar em mim
As ondas parecem me transportar
Sob temores que me nego a sentir
As lembranças parecem me arrastar
Por momentos que nunca vivi

Vejo o reflexo do passado nas fases da lua
Me bate calafrios ao ver que tudo se foi
Sinto que minha pele não pertence mais a tua
E que o agora ficou pra depois
Queria me refugiar na lua

A areia aos pés descalços se faz
Frias pela onda que lhe beijou
Indo embora sem ao menos deixar pra trás
O pedaço precioso que a onda levou
Levando até o branco da paz

Redes socias

Sou ausente na sua presença
E a conversa quase não existe mais
O contato é coisa que deixei pra trás
Vamos teclar ou te deixo ofline

Eu sei que não me ama mais
Nunca mais um depoimento me enviou
Em outra balança se mede o amor
A que ponto iremos chegar

Desconhecidos a trocarem confidências
E o conceito de familia ja anda meio ausente
E nada mais é como num passado recente
Talvez eu seja antigo demais

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A morte

A morte é o maior mistério da vida
Que por mais que teorias se diga
Só Deus pode esse mistério revelar

Temos em nós um frágil sopro de vida
Que esse enigma teima em sufocar
Vem e nos leva uma extensão de nossa vida
Parece de nós um pedaço arrancar

A morte é o maior mistério da vida
Só um Deus maior para explicar
Para onde olho não vejo saída
Sei que um dia ela também vai me levar

A morte é o maior mistério da vida
Que por mais que teorias se diga
Só Deus pode esse mistério revelar






terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Linhas do tempo

O passado se prende ao presente 
E não sei em que acredito mais
Na alegria que está ausente 
Ou no passado que não volta mais

Sorrisos amarelados pelo tempo que passou
E o amargo na boca que você escarrou
Me tornam dependente de mim

O futuro mete-me temor profundo
Sinto-me preso no labirinto do tempo
E vivo a falar o certo e o absurdo
Vivo a vida pelo que me vem de momento

Queria por um instante fugir de mim
E então por um inicio ao fim
E pegar de volta o que o tempo levou




domingo, 8 de janeiro de 2012

Miséria



Sou filho da pátria que me pariu
Em pau de arara que lhes rasgam o chão
Embriagado de temores de uma vida febril
Deito-me sobre rasgos de um colchão

Mendigo-te o que me negas de afeição
Ao olhar-te em olhos d’água
Encandeados pela imensa escuridão
Acendem-se as estrelas de minha morada


sábado, 7 de janeiro de 2012

Amar

Amar é viver na superficialidade de uma vida mentirosa
E sofrer não mais importa na inconstante ardência da saudade
Verdades mentirosas ao pé do ouvido não fazem sentido
Se não forem ditas por quem se ama
E o querer é o que basta
Em sussurros ao pé da cama.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Delírios e poesia



Vivo o dia-dia
Buscando a poesia que alguém deixou para trás
Nesse avesso de vida louca
Entre devaneios e muito mais
Eu falo sem abrir a boca
Na busca pelos versos que ninguém declama mais

Sonho noite e dia
Delírios e poesia que ninguém vive mais

E a inocência se perdeu sob antenas de TV.