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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Embriaguez de amar

Coração anda descompassado
Embriagado pelo vício de amar
Pela sinfonia que sai de sua voz
Perco-me do eu e me acho em nós
Viajando na luz do seu olhar.

Sua face é pétala de rosa
Que minhas mãos teimam em acariciar
Em seu sorriso paraliso e fico
Olhando seus lábios me hipnotizo
Sentindo sua boca a me beijar.


sábado, 18 de outubro de 2014

Na curva da vírgula

Ser professor é como viver entre um sonho e um pesadelo, mesmo acordado viajo por entre os versos de um poema e me desnorteio ao atravessar pelo país do faz de conta. Ferido, machucado, e sangrando por dentro, sigo acreditando em um final feliz, como deve ser todos os contos. Rabisco em mim o raiar de um novo dia, descansando na curva da vírgula, tento dar um ponto final a esse faz de conta.
Eu vivo a poesia dos poetas mortos, embriagado pela lucidez dos loucos. Sinto-me angustiado pelas linhas que se apagam, rendidas pelo tempo que teima em sobrescrever vulgaridades sobre o belo. O professor é a caneta que reacende o belo que havia se apagado, e traz de volta o sonho aos olhos daqueles que os deixara ir embora por momentos vão.

domingo, 6 de abril de 2014

Carne podre

Sinto-me como um nada, feito carne podre
O pecado tatuado na pele e impregnado nas entranhas
Sofro por não conter minhas vontades, e deliciar-me com coisas estranhas
O que me tornarei então, se não sou dono de mim?

Não te peço muito, e nem quero o que não é meu
Só quero ser dono de mim e de minha própria vida
E por mais que te escreva, e por mais que um dia te diga
Talvez você não consiga me entender.

As vezes faço o que sei que é errado, só para ao meu corpo atender
Ele não me pede, me obriga, me chateia, me suplica e me condena
E por mais que eu tente, persista, e resista, nada posso fazer
Sou dono do mundo, mas não sou dono de mim.





quinta-feira, 27 de março de 2014

Orgulho solitário

Quanto mais você precisa perder
Pra começar entender o que está claro?
Teu orgulho te leva a solidão
E o medo de pedir perdão
Torna teu erro imperdoável.

Justificar seu erro nas atitudes alheias
É mesmo que cortar a árvore que você semeou
Sentir-se menor que pequenos grãos de areia
E se ver  em um deserto que você mesmo criou.


segunda-feira, 24 de março de 2014

Poetize-se

Sou um verso triste de uma singela poesia
Deleite-se em mim com essa sua alma fria
Sou como fogo que  aquece a água.

Poetize-se em mim
Como estrofes que dão fim
A um belo poema.

Minha vida é escrita em metáforas
Sou meu tudo meu quase nada
Uma  palavra que teima em se repetir.

Poetize-se em mim
Como estrofes que dão fim
A um belo poema.