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sábado, 18 de outubro de 2014

Na curva da vírgula

Ser professor é como viver entre um sonho e um pesadelo, mesmo acordado viajo por entre os versos de um poema e me desnorteio ao atravessar pelo país do faz de conta. Ferido, machucado, e sangrando por dentro, sigo acreditando em um final feliz, como deve ser todos os contos. Rabisco em mim o raiar de um novo dia, descansando na curva da vírgula, tento dar um ponto final a esse faz de conta.
Eu vivo a poesia dos poetas mortos, embriagado pela lucidez dos loucos. Sinto-me angustiado pelas linhas que se apagam, rendidas pelo tempo que teima em sobrescrever vulgaridades sobre o belo. O professor é a caneta que reacende o belo que havia se apagado, e traz de volta o sonho aos olhos daqueles que os deixara ir embora por momentos vão.

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