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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Histórias de seu Zé


De sua roça nunca saia
Sua história lá seu Zé fez
Vivendo junto a Maria
Só menino foram seis
O milho deu só a metade
E logo para cidade
Foi pela primeira vez.

Pelo pouco que lá choveu
Não pôde a terra molhar
O seu sustento se perdeu
De lá não podia tirar
Jogou sua enxada no chão
Subiu em cima do caminhão
Emprego foi procurar.

Foi logo na sua chegada
É verdade e aconteceu
Matuto não sabia nada
E na cidade se perdeu
Viu uma mulher formosa
Cheirando feito uma rosa
De Maria já se esqueceu

Estava com muita fome
Trupicando no andar
Não lembrava nem o nome
Daquilo que iria comprar
Juntou o pouco que tinha
Comprou ovo frito e farinha
E foi se deliciar.

Se lembrou do prometido
Comprou um tal de gelado
Quis só dar uma de sabido
Mas o fato foi engraçado
O que pros filhos prometeu
Botou no bolso e derreteu
Que parecia tá mijado.

Lá na feira no chegar
Mostrou que era lá do mato
O vendedor a gritar
Tem verdura fresca e pato
Botou as pernas pra correr
Pensou que tava a dizer
Eu te aberturo e te mato.

Sem saber aonde ir
Seu primo foi procurar
O que queria conseguir
Na sua loja trabalhar
Sobre o trabalho conversou
De toda forma ele tentou
Emprego não quis lhe dar.

Tal emprego não encontrou
Não por falta de tentar
Tanto abuso ele escutou
Pra casa queria voltar
Uma criança ele viu
Tanta saudade sentiu
Que não segurou a chorar.

Sem saber ir pra sua roça
Encontrou o cumprade João
Subiu em cima da carroça
O cumpadre foi a salvação
Com raiva arretou a falar
Até aqui só vou voltar
Se for causo de precisão.

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